terça-feira, 15 de setembro de 2009

História Pré-Industrial do Vidro no Brasil

ola pessoal!!

hoje começo a postar sobre a historia do vidro e a historia da pré-industrialização no brasil .

Ampola de vidro

de necrópole Romana

do século 4



Há quantos séculos a humanidade conhece o vidro? Não se sabe com exatidão, mas certamente são muitos. A história do vidro remonta há alguns milênios. Perde-se nas dobras do tempo.

No Brasil ela é uma história recente, quase contemporânea. A indústria brasileira de vidro plano é jovem, tem cerca de cinqüenta ou sessenta anos. Começou a passos lentos, cresceu com o país e aos poucos foi descobrindo os caminhos para tornar-se uma indústria moderna e eficiente.

Brilho antigo

Fenícios, egípcios, persas, romanos, bizantinos, chineses... São numerosos os povos que disputam o privilégio da descoberta e da fabricação pioneira do vidro na antigüidade.

Segundo o historiador romano Plínio, o Velho, do século I d.C., a honra caberia aos fenícios, os primeiros a observar, e depois a reproduzir, o fenômeno natural do aquecimento e fusão da sílica pela ação de um raio e a conseqüente formação de uma placa fina e translúcida de vidro – ou cristal, como foi chamado. Esse acidente primordial teria ocorrido nas areias de uma praia do Mediterrâneo, no litoral do Líbano atual, mais de dois mil anos antes da Era Cristã. Porém, os estudos arqueológicos não confirmam o relato de Plínio na sua alentada Naturalis historia de 37 livros.

A presença de contas de vidro colorido, colares, brincos e frascos em grande quantidade e variedade nas tumbas dos faraós mostra que no Egito o vidro era conhecido, fabricado e usado em utensílios, adornos e objetos cerimoniais há mais tempo talvez do que na Fenícia.

Controvérsias à parte, a verdade é que o vidro começou a irradiar seu brilho e a fascinar os homens com seu mistério desde tempos remotos. Não foi por mero acaso, certamente, que o profeta Ezequiel, no século VII a.C., descreveu o trono de Deus envolto por um mar de vidro resplandecente, “uma abóbada límpida como cristal” (Ez. 1,22) – imagem tão forte que atravessou os séculos e acabou repetida mais tarde pelo apóstolo João no livro do Apocalipse (Ap. 4,6), ao descrever sua visão mística da glória divina.

Também parece ser verdade que foi entre os povos do Mediterrâneo que a arte e a indústria do vidro avançaram rapidamente. Ainda no início da Era Cristã, os sírios inventaram a técnica do vidro soprado e com ela revolucionaram toda a atividade vidreira, ganhando qualidade, melhorando o acabamento e aumentando a diversidade dos produtos, especialmente os de vidro oco, como frascos e garrafas.

Coube aos romanos e ao seu poderoso Império difundir essa técnica por todo o mundo mediterrâneo, pela Europa ocidental e Oriente Próximo. Cuidaram, porém, de manter a atividade sob controle e, sobretudo, de tirar dela o melhor proveito mercantil. Diversas províncias e cidades do Império se notabilizaram como centros de produção e comércio de vasos, jarras, copos, garrafas, braceletes e colares feitos de vidro de alta qualidade, bem como pastilhas para mosaicos e folhas para vidraças. Predominava naturalmente a produção de utensílios domésticos e objetos de decoração, fáceis de produzir com o sopro. A fabricação de chapas era mais complexa e difícil, restringindo o uso de vidros nas janelas às casas patrícias e às igrejas. Como a igreja de São Paulo extra muros, que o imperador Constantino mandou construir nas vizinhanças de Roma, sobre a qual se disse possuir janelas de vidro de várias cores e “tão brilhantes como os campos de flores na primavera”.




Ilustração de etapa da produção de vidro.

Fabricação de vidro para janelas em 1800.